terça-feira, junho 21, 2005

Memórias


O velho hábito deixou marcas profundas na terra…
Das fontes de água bebemos não só o fresco contentamento da sede, mas também o substrato discreto das raízes do mundo.

A terra foi dotada pela genialidade de todas as criações. Foi moldada por velhos anciães. Foi percorrida por milhares de gerações.
E cá estamos nós, a beber das raízes das plantas que ficaram.
Ah… Velho hábito. Se soubesses o quanto me perturbam as tuas memórias, ou o quanto roubaste com a tua justiça…

Mas continuas a ser paz de espírito e mão na consciência. Continuas a ser regra e vaidade. Continuas a ser obrigação e liberdade. Poder libertino…

Mas tal como os velhos morreram e foram esquecidos, o tempo desgastar-te-á e findará com a venda que nos metes pelos olhos dentro.

O tempo é mais sábio do que tu…

2 Comments:

Blogger maria said...

O Tempo é muito mais sábio do que sabe... talvez seja essa a nossa única "sorte" quando conversamos com Ele, sim, esse, O Tempo... e também triste sorte a dEle, sobre quem nos dizem desde sempre que cura tudo, que faz deixar tudo algures, por aí... nisso, a que nos "Habituámos" a chamar Memória

quarta jun. 22, 12:42:00 da tarde 2005  
Blogger Canela said...

Sobre as memórias:

“Quero deixar memória dos dias que não foram ,lembrança do tempo roubado e do torvelinho de emoções que agitou aqueles dias sem sol nem noite. Não quero falar da dor , só o necessário . A dor continua aí, encolhida, como um animal adormecido que as vezes acorda. “

“Os demónios à minha porta “(José Manuel Fajardo)

E sim, o tempo é maior e mais sábio. Bjocas

quarta jun. 22, 06:01:00 da tarde 2005  

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