terça-feira, julho 12, 2005

Paisagem


Hoje acordei a pensar em ti, paisagem.
Remeteste o meu pensamento para uma tranquilidade perturbante.
Não te conheço. Não sei de onde vem essa tranquilidade que emanas e me envenena o espírito.
Não te conheço a pureza…
Não encarnas na minha realidade.
Não existes!
Mas… desejo-te! Quero esta sensação, mesmo sendo falsa esperança. Quero este veneno, mesmo sendo mortal. Quero a tua tranquilidade, mesmo sendo perturbante.
As flores, as árvores, a terra… Numa mistura solarenga de verão…
O repouso, a paz, a tranquilidade… Numa utopia sensitiva…
E o tempo pára, para me deixar acreditar… para me deixar escrever a calma que me dás… para te tornar realidade em mim… para seres, enfim…

terça-feira, julho 05, 2005

A árvore


Profundas são as minhas raízes por esta terra dentro!
Fortes são os meus ramos içados no ar, capazes de suster as mais agrestes investidas do vento.
Mil anos passaram pelo meu tronco. De semente a árvore, como de criança a Homem, cresci a absorver o que há de melhor e de pior nesta terra.
Os amores que escrevi nas minhas folhas…
Os beijos das chuvas quentes de verão…
Os dissabores das notícias vindas no vento…
O que escondi…
O que abriguei…

Faço parte desta terra.
Vejo o sol lutar com as nuvens mais uma vez… como as minhas raízes com as pedras do solo… Sem que isso me surpreenda, pois vejo o que sempre vi e aprendi a ver.
A sobrevivência!
A vida!
Os ideais!
A razão… às vezes!
O coração… muitas vezes!
A tristeza...
A vida! A vida!
A paciência. Saber esperar…

Quando morrer, continuarei aqui! Pois entregarei o que sou à terra…